Pular para o conteúdo principal

Postagens

Identidade

Identidade Rev. Ricardo Rios Melo Quando alguém pede a você que apresente sua identidade, imediatamente você entrega seu Registro de Identidade (RG) que contém o nome do pai, da mãe, data de nascimento, nome completo e número do registro, foto, naturalidade etc. Esse documento assevera que você não é um indigente. Garante passagem livre em determinados ambientes. Entretanto, esse documento não diz quem você é de fato. É um documento que aponta para uma faceta sua como persona civil: cidadão. Não diz o que você sente ou o que pensa. Mas, sem ela, você é um indigente. As questões psicológicas que envolvem uma identidade são muito profundas e intricadas em um emaranhado psíquico e pessoal, individual, subjetivo: próprio do Sujeito. Vejamos a luta de pessoas para obterem um registro de nascimento ou o reconhecimento de seus pais. No Brasil, há uma evolução nesse processo com a gratuidade do exame genético de paternidade.  Alguns dos pais que foram obrigados a reconhecerem...

Os escolhedores de cabeça

Os escolhedores de cabeça Por Rev. Ricardo Rios Melo   Em minha infância, eu me lembro de ter assistido filmes e desenhos do Scooby-Doo onde uma tribo assustadora e grotesca tinha o poder de encolher cabeças. Estudos atuais já detectaram esse método e descobriram o segredo dessa tribo:   Os Encolhedores de Cabeça eram assim conhecidos justamente por causa prática do ritual e do conhecimento da técnica [para encolher as cabeças], mantida em segredo por incontáveis gerações; eles pertenciam a uma tribo denominada Shuar ou Shuaras [e suavam; ô, como suavam para encolher aquelas cabeças!]. Os Suharas são um grupo étnico [biótipo, cultura, dialeto próprios] que habita uma região da floresta fronteiriça entre o Peru e o Equador. O ritual era praticado como uma forma de justiça aplicada aos inimigos. Os nativos acreditavam que aquele processo era necessário para anular o poder do Espírito daqueles mortos de retornarem em busca de vingança. Ou seja, era uma for...

No corredor da morte

No corredor da morte  por Rev. Ricardo Rios Melo O que você faria se fosse sentenciado à morte? O que você pensaria? O que você mudaria em sua vida? E se você tivesse uma chance de viver? Pois é, muitas pessoas apenas param para pensar na vida quando estão em um leito de hospital ou quando a morte é iminente. Pensamentos existenciais normalmente são descartados: “quem sou eu?”, “O que estou fazendo nesse mundo?” “Para onde vou?”, “Qual a finalidade da vida?”, “Minha vida valeu a pena?” Infelizmente, a vida agitada e corrida da pós-modernidade tem fabricado robôs humanos que deixaram de fazer perguntas que nortearam muitos antepassados. Isso lembra um filme excelente de Charles Chaplin: “Tempos Modernos”, onde Carlitos faz a célebre cena de um operário vítima do automatismo industrial. Um filme que nos ensina como falar verdades brincando, como o próprio Chaplin dizia: “ Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo ...

Antes que o galo cante

Antes que o galo cante  O que é o homem? Essa pergunta permeia os livros de filosofia, história, antropologia, psicologia, teologia, biologia, sociologia etc. Que ser tão magnífico e ao mesmo tempo tão complexo e frágil; capaz das maiores proezas e das maiores barbáries. O salmista, no salmo 8, faz uma pergunta magnífica quando compara a criação de Deus com a criação do homem: “ Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste , que é o homem, que dele te lembres e o filho do homem, que o visites? ” ( Sl 8 .3, 4 ). Pascal, acertadamente, fala que “ a simples comparação entre nós e o infinito nos abate ” ( PASCAL, Bleise.  Pascal – Vida e Obra - Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1999, p. 47).  Somos abatidos pelo simples fato de sermos humanos; criaturas limitadas contemplando o ilimitado universo e nos debruçando no inesgotável conhecimento. O finito olhando atônito para o infinito. Como se a finitude não b...

“O varal da vizinha”

“O varal da vizinha”   Começo esse arrazoado com uma ilustração muita conhecida e propagada em vários sites da internet. Segue a história: “ Na primeira manhã de um casal em sua nova casa, durante o café, a mulher reparou através da janela uma vizinha que pendurava seus lençóis em um varal. Ela, então, comentou com o marido: - Mas que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Provavelmente ela está precisando de um sabão novo.  Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas! O marido observou calado. Alguns dias depois, novamente durante o café da manhã, a vizinha pendurava seus lençóis no varal. A mulher então comenta com o marido: - Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas! E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal. Passado um mês, a mulher surpreendeu-se ao ver o...