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Mostrando postagens de 2007

Com que armas lutaremos?

Cornelius Van Til (1895-1987), antigo professor de apologética do Westminster Theological Seminary, apesar de não ser tão conhecido em nosso cenário e nem traduzido, se faz presente na epistemologia reformada e, principalmente, na formação de seu talentoso aluno, Francis Schaeffer (1912-1984). Em sua “Apologetics”, obra não publicada em português, Van Til nos diz que a defesa da fé não deve ser apenas nas “trincheiras”, aguardando os ataques dos inimigos. Nós devemos ir ao campo inimigo como “espias” que sempre carregam suas armas para possíveis confrontos. Se guardarmos bem a nossa fortaleza e usarmos dos recursos disponíveis para a defesa de nosso “forte” (o Teísmo Cristão), “não haverá, então, lugar para o inimigo. Nós travamos uma guerra tanto ofensiva como defensiva. As duas coisas não podem ser separadas. Mas, nós não precisamos deixar o forte para travarmos uma batalha ofensiva” (Cornelius Van Til, Christian Apologetics, New Jersey, Presbyterian and Reformed Publishing Company,

Autonomia: a prisão da liberdade e a solidão social

Século 21; era dos telefones celulares que são verdadeiros computadores de bolso. Época da evolução dos Mp3’s, aparelhos de TV individual nos celulares e em tamanho que cabe em uma mão; óculos com TV e amizades virtuais pela internet, inclusive jogos de computador com o qual o jogador pode criar uma segunda vida (Second Life) virtual e viver e relacionar-se com personagens criados eletronicamente. A Internet diminuiu o mundo em um simples clicar. O encurtamento das distâncias geográficas, entretanto, não significa que as pessoas se tornaram mais felizes ou menos solitárias. Apesar dos avanços tecnológicos, houve uma regressão nos relacionamentos interpessoais. Os indivíduos se tornaram cada vez mais individualistas e avessos às leis. O curioso dessa aversão às leis é que não existe liberdade sem legislação que garanta essa liberdade. É só repensar a história que veremos que direitos foram conquistados com lutas e com leis que garantem esses direitos. Na era do vazio, como bem falou Gil

Aborto; aborte essa idéia!

O aborto não é novidade no mundo. Parece que, desde a antiguidade, era praticado por alguns povos. Os gregos usavam como controle de natalidade. “Era preconizado por Aristóteles como método eficaz para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas. Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da raça dos guerreiros. Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem. Já Hipócrates, em seu juramento, assumiu o compromisso de não aplicar pessário em mulheres para provocar aborto” (Néia Schor & Augusta T. de Alvarenga In: O Aborto: Um Resgate Histórico e Outros Dados, http://www.fsp.usp.br/SCHOR.HTM , acesso em 18/10/2007). Parece que, ao longo dos séculos, o aborto se tornou mais comum em vários países, seja por motivos econômicos e sócio-demográficos ou pela liberdade indivi

O Cristianismo sem Cruz

Milhares de anos se passaram e um evento histórico nunca foi esquecido. Primeiramente, um personagem histórico chamado Jesus. Homem simples, mas que arrogava para si o título de Deus. Para muitos de sua época, era apenas o filho do Carpinteiro. Contudo, para aqueles que andavam com ele, chamados de discípulos, era o Filho de Deus. Jesus de Nazaré, filho de José e Maria, mudou a história da humanidade. Para aqueles que não acreditaram em sua mensagem, apenas um homem. Mas, para os que creram em sua pregação, simplesmente: “o caminho, a verdade e a vida”. Dentro da história polêmica desse personagem, existiram fatos significativos e, por que não dizer, cruelmente fantásticos. Um desses fatos é a morte dele. Segundo as Escrituras Sagradas, Ele era Justo, bom, íntegro e puro. Entretanto, se entregou voluntariamente nas mãos perversas de seus algozes, pois ele mesmo disse: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espont

Os Sete Pecados

Há algum tempo, venho pensando em escrever sobre esse tema que tomou força na exibição da novela global que tem o mesmo nome. Aliás, é justo admitir que foi a novela a inspiradora desse pequeno arrazoado. Essa idéia dos sete pecados capitais foi introduzida desde o ano de 400, com João Cassiano, e culminou em torno de 604 com o Papa Greogório Magno. A história mostra que Tomás de Aquino (1225-1274) propulsor de grande acuidade e perspicácia teológica, é que dá corpo a essa doutrina. Outro personagem importante na divulgação é Dante Alighieri (1265-1321), com sua obra literária: A Divina Comédia. Essa obra, que já foi chamada antes de Comédia ou apenas de Dante, recebeu esse nome atual por “Boccaccio, o do Decamerão, que iniciou suas leituras no domingo, 23 de outubro. E foi Boccaccio, dos primeiros ardorosos intérpretes e divulgadores do poema, que lhe alterou o nome entendendo-a imensurável pelo nível artístico, pelo tema, pela ambientação, pela atualidade e o endereçamento certo à

Aceitando a Vontade de Deus

Você já conheceu alguém que perdeu tudo na vida? Alguém de posição social e de recursos e que perdeu tudo? Ou conheceu alguém que perdeu sua família, seus filhos? Pois bem, provavelmente você conheceu alguém que se encaixa em parte nesse quadro. Esse quadro pintado em cores acinzentadas e tristes. Mas, se essa pessoa além de perder tudo, perdesse a saúde? Que quadro de desespero! Que situação lastimável! Eu gostaria de lhe apresentar um homem que viveu tudo isso: seu nome era Jó. Esse homem foi retratado na Bíblia como um homem temente a Deus e justo em tudo. Até que um dia, satanás, que não estava feliz com a prosperidade e comunhão de Jó com Deus, diz a Deus que Jó só era fiel porque tinha tudo. Após esse diálogo de Deus com satanás, a vida de Jó dá um giro de 180º (Jó 1.1-22). Nunca mais a vida de Jó seria a mesma. Ele perde bens, família, e a única coisa que resta para ele é uma mulher néscia que diz a ele para amaldiçoar o Deus dele e morrer. A ênfase do Livro de Jó está na reação

Como lidar com a dor?

Mais um desastre aéreo. Desalento, tristeza, consternação e sentimento de incapacidade. Na busca de entender o que aconteceu, hipóteses são levantadas: erro humano? Fatalidade? Muita água na pista? Defeito na reforma da pista? Todas essas hipóteses são possíveis. Entretanto, nada disso poderá acalentar o coração daqueles familiares que esperavam ansiosos no aeroporto pelos seus entes queridos! Nada disso poderá consolar alguém que terá que conviver com o triste fato de não ter mais ao seu lado as pessoas que amava. Talvez se descubra as causas do acidente e os parentes das vitimas sejam indenizados. Entretanto, nada poderá reparar a dor e a ausência. Mas, como lidar com esse vazio? Como lidar com esse sentimento que enlutou um país? Mesmo para os que confiam no Senhor, a dor não e fácil! Contudo, há um consolo inconfundível: é o conforto do Espírito Santo de Deus em nossa vida. Esse conforto só tem aqueles que estão em Cristo. Eu sempre me impressiono com a história de Davi e seu fil

“A Volta da Família Careta”

Queridos, devemos esse excelente título a Lia Luft (Veja, seis junho, 2007, p. 26). Em sua matéria, ela ressalta a importância de uma criação “careta” – é claro que ela diz que o “careta” ficou pelo acréscimo de alguns leitores insatisfeitos. Essa brilhante escritora nos traz sérias reflexões e mostra que a sociedade clama por uma família diferente do que se tem hoje. Seria extremamente gratificante se pudéssemos avaliar a história da família durante a História. Dando uma olhada superficial, não sei se vamos encontrar tanta degradação, desafeto, desrespeito, desvios, incompreensão e violência. Apesar de comumente as gerações presentes serem exageradas e passionais em sua avaliação própria, acho que não seria exagero dizer que vivemos o que Paulo disse dos últimos tempos: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implac

Diálogo com o Ego

Perguntaram ao ego: “Ego, quem fez aquela maravilhosa obra que é vistosa aos olhos?” Ele respondeu: “Claro que fui eu quem fez, quem poderia mais fazê-la?” Outra pergunta então foi feita ao Sr. Ego: “Ego, você parece tão perfeito, você tem algum defeito ou já cometeu algum erro? Se sim, me diga algum.” Sr. Ego prontamente responde: “claro que sim! Todos nós erramos e temos defeitos! Mas, agora assim, de imediato, eu não sei lhe dizer. Talvez eu tenha sido bondoso e generoso demais com as pessoas e elas se aproveitem disso. Acho que também tenho outro erro: sou muito responsável, sincero demais, amoroso demais e não gosto de injustiça”. O diálogo se estende e o Sr. Ego faz suas ponderações: “acho que um mundo precisa de homens como eu. Pessoas que respeitem as outras e que tenham opiniões fortes, pois eu sou assim! Quando decido uma coisa, ninguém a demove!Minhas opiniões são sempre abalizadas por minhas longas jornadas empíricas. O mundo precisa de mais pessoas que se amem! Eu mesmo me

A Navalha e o Machado

Mais uma bomba explodiu no tão desgastado cenário político e econômico brasileiro. Aliás, não é uma bomba, é uma navalha! Uma operação da Polícia Federal, chamada Operação Navalha, debelou uma quadrilha de corrupção que atuava espoliando os cofres públicos por intermédio de licitações milionárias e fraudulentas e que usava o velho adágio popular: “é dando é que se recebe”. Valendo-se desse lema, a quadrilha subornou políticos e autoridades que jamais imaginaríamos. Segundo a Polícia Federal e noticiários da imprensa falada e escrita, “o líder do esquema, apontado como ‘chefe dos chefes’ no despacho do Superior Tribunal de Justiça que autorizou as prisões, era o empreiteiro Zuleido Soares Veras, 62 anos, dono da empresa Gautama, com sede em Salvador e tentáculos por todo o Nordeste” (Veja, 23 de maio de 2007, p. 57). Só por curiosidade, o nome Gautama, segundo o empresário, foi dado em homenagem a Sidarta Gautama (Siddhartha Gautama - 560-477 a.C.) que, posteriormente, foi chamado de Bu

Tudo bem!

Em uma das inúmeras propagandas de carro de uma marca famosa, foi retratado um personagem interessante: uma jovem que se contentava com tudo. Ela queria algo maior e melhor, mas, quando recebia menos do que queria, dizia; “tudo bem!”. Eu fiquei pensando nessa propaganda e achei boa para retratar o perfil de alguns irmãos. Esses irmãos são bem interessantes. Quando perguntamos para eles: você está bem? Eles dizem “tudo bem”, quando de fato, não está nada bem. Geralmente, seu casamento está um fardo; suas tribulações deixaram que se afastasse de uma vida mais devotada a Deus; alguns estão lutando contra o pecado de maneira derrotada e outros estão totalmente frios na fé. E sempre que perguntamos como estão, eles dizem: “tudo bem!”. “Chega de tudo bem!”, diz a propaganda. E eu lhes digo também a mesma coisa! Quando as coisas vão mal, devemos encará-las de maneira séria e não tentando amenizá-las. Quando alguém não recorre à outra pessoa para pedir socorro é porque alguma coisa está de e

Religião, Religiosidade e Espiritualidade

O que é a religião? Se formos à etimologia da palavra, podemos definir a Religião como o Re-ligare = ligar o homem a Deus ou ao divino. A religião é inerente ao homem. Desde sua gênese, o homem é um ser religioso. Deus implantou no coração dos homens a sua lei e esse homem sabe que precisa adorar um ser maior que ele. Mas, sem a revelação especial de Deus, que é a Bíblia, esse homem se desvia de adorar o Deus verdadeiro (Rm 1.18-32). A religião sozinha não leva ninguém a Deus! É necessário que haja uma modificação no interior do ser humano para que essa Religião possa fazer sentido. Se tivermos uma religião apenas de aspectos exteriores e formais, estamos sendo religiosos, mas não temos vida em nós mesmos. Essa era a acusação de Jesus aos Fariseus, um partido que ganhou força nos tempos dos Macabeus, nos 400 anos de silêncio profético. Eles transformaram o judaísmo em uma religião de aparências. “Eles seguiam a lei de Moisés e as tradições de seus antepassados”, contudo viviam uma reli

Púlpito ou Divã?

Meus queridos irmãos, nunca se pregou tanto sobre culpa, auto-ajuda, comportamento (do ponto de vista psicológico) como hoje. O púlpito se transformou em um verdadeiro divã, onde o pregador é o Psicólogo e os ouvintes são os pacientes. É comum ouvirmos: “você deve liberar o perdão!”, “você deve ministrar graça na vida das pessoas!”; não que isso em si não seja verdade; o fato é que falar de pecado hoje, se tornou démodé. As pessoas querem ouvir sobre suas emoções, sobre seus conflitos, dúvidas, anseios e dificuldades emocionais. E os pregadores, no intuito de não perderem sua “audiência”, estão cada vez mais atraídos pela nova forma de abordagem. O texto bíblico é apenas um pretexto para suas mensagens de auto-ajuda. O perdão ao próximo é tão enfatizado, que podemos até fazer uma análise de suas pregações. É até possível perguntar: será que o pregador tem algum problema nessa área? Como o nosso papel não é analisar ninguém, devemos apenas passar essas mensagens pelo crivo da Escritura;

Se existisse o Se?

Quem nunca se entristeceu com uma alternativa errada na vida? Quem nunca titubeou diante da bifurcação de um caminho? Quem nunca olhou para trás e disse: “se eu não tivesse feito isso? Se eu não tivesse agido assim? Esse tema parece tão inquietante para o homem que até uma propaganda recente do G1, canal de notícias da Globo.com, lançou esse tema aterrador nas consciências de seus telespectadores: “se o homem soubesse que iria chover, não se molharia. Se ele soubesse que haveria guerras, ele não teria inventado a pólvora...ele sofreria menos...” O Se tem acompanhado as mentes humanas desde a sua gênese. Certamente, muitas pessoas se martirizam mais pelo Se do que pelo que fizeram. A possibilidade de se pensar no Se e a impossibilidade do Se existir como opção real fazem com que muitos sejam ansiosos e frustrados. O Se tem muito mais a ver com o remorso do que com o arrependimento. Percebam que as pessoas que se concentram no Se geralmente se entristecem pelo não feito, mas muitas vezes