Milhares de anos se passaram e um evento histórico nunca foi esquecido. Primeiramente, um personagem histórico chamado Jesus. Homem simples, mas que arrogava para si o título de Deus. Para muitos de sua época, era apenas o filho do Carpinteiro. Contudo, para aqueles que andavam com ele, chamados de discípulos, era o Filho de Deus. Jesus de Nazaré, filho de José e Maria, mudou a história da humanidade. Para aqueles que não acreditaram em sua mensagem, apenas um homem. Mas, para os que creram em sua pregação, simplesmente: “o caminho, a verdade e a vida”.
Dentro da história polêmica desse personagem, existiram fatos significativos e, por que não dizer, cruelmente fantásticos. Um desses fatos é a morte dele. Segundo as Escrituras Sagradas, Ele era Justo, bom, íntegro e puro. Entretanto, se entregou voluntariamente nas mãos perversas de seus algozes, pois ele mesmo disse: “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17,18).
Nessa entrega voluntária de Jesus, houve o ato mais desumano possível da história: a injustiça da crucificação. Em julgamento injusto, pessoas corrompidas pelo poder e movidas pelo ódio e pelos seus pecados levaram-No à morte de cruz. Desde então, o cristianismo nunca mais pôde ser visto sem a cruz. A cruz tornara-se o símbolo do cristianismo. O túmulo vazio é o símbolo da vitória de Cristo sobre a morte, pois nem a morte conseguiu detê-lo: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”(1 Co 15.55). Contudo, não haveria ressurreição sem cruz. A cruz é símbolo da vitória de Cristo sobre o pecado. A cruz diz para nós que, com Cristo, foi crucificado o nosso velho homem. Na cruz, Cristo cravou os nossos pecados e nos libertou pagando o preço amargo para nos salvar.
Em nossa vida, temos que, constantemente carregar a cruz. Carregar a cruz significa autonegação. Significa mortificar o ego e exaltar a pessoa de Cristo em nossa vida. Paulo traduz isso em uma passagem que poderia lhe servir de auto-exaltação por ter feito tanto no trabalho de Deus, mas, porém, ele diz: “Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo”(1 Co 15.10). A cruz nos leva a uma sublime humilhação.
Infelizmente, vivemos um cristianismo sem cruz. As pessoas não abdicam de nada por Cristo. Poucos são os que se submetem ao Senhorio de Cristo e à maravilhosa subserviência da cruz. Os “cristãos” de hoje só pensam em bens materias, emocionais e bem-estar em geral. As igrejas históricas, como a nossa, sofrem de uma letargia. A pergunta nostálgica que fazemos é essa: onde está o cristianismo da cruz? Onde estão os crentes que fariam tudo para adorarem e honrarem seu Senhor? Onde estão os fiéis que glorificavam a Deus por terem sido afrontados por causa do nome de Cristo (At 5.41)? Onde estão os fiéis que morreriam pelo nome de Cristo? Onde estão os fiéis que morreriam por um pedaço pequeno das Escrituras? Que saudade de Policarpo, que em 155 depois de Cristo, ao ser levado com outros cristãos para o martírio em um estádio, nos deu esse testemunho: “Fazem 86 anos que o sirvo, e ele nada fez de errado para comigo; como posso blasfemar contra o meu Rei e Salvador”.
Queridos, não existe cristianismo sem Cruz!
Deus nos abençoe e reavive em nós o amor a Cristo!
Rev. Ricardo Rios Melo.
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