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Mostrando postagens de 2015

A normalização do milagre – uma breve perspectiva sobre o pansobrenaturalismo (4ª parte)

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A normalização do milagre – uma breve perspectiva sobre o pansobrenaturalismo (4ª parte) Rev. Ricardo Rios Melo A tentativa atual de enfatizar a obra do Espírito como uma obra autônoma é um atentado à Trindade e, na verdade, não tem sido uma exaltação da terceira pessoa da Trindade; antes, tem sido um esforço hercúleo de centralidade no homem. A ênfase tem sido na “liberdade” que o Espírito concede ao homem no culto; na “liberdade” que Ele “concede” ao crente de não necessitar das Escrituras; na liberdade e sabedoria que os crentes recebem de não precisar de mestres que os ensine; liberdade de uma teologia que, segundo eles, engessa a igreja. Outra ênfase é no poder que, segundo eles, o Espírito concede ao crente de falar sem um conhecimento Escriturístico; de prática de toda sorte de “milagres” por obreiros especiais, iluminados, uma casta superior aos pobres crentes comuns da igreja. O apóstolo Paulo, quando fala da liberdade do Espírito, está no contexto comparativo en

A normalização do milagre – uma breve perspectiva sobre o pansobrenaturalismo (3ª parte) Rev. Ricardo Rios Melo

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A normalização do milagre – uma breve perspectiva sobre o pansobrenaturalismo (3ª parte) Rev. Ricardo Rios Melo É inegável a ação do Espírito no Antigo Testamento (AT) em todas as partes da vida do povo de Deus. Entretanto, assim como no Novo Testamento, as pessoas só conseguem enxergar a obra do Espírito ligada a sinais espetaculares; no AT muitas pessoas também só conseguem enxergar a ação do Espírito nos Sinais e maravilhas. Na realidade, existem pessoas que, no afã de dicotomizarem o AT e o NT, na contramão da  visão sobrenaturalista, também fecham os olhos para as ações sobrenaturais do Espírito, no período veterotestamentário.   Carson, em um excelente artigo sobre Sinais e Maravilhas no Novo Testamento , nos ajuda a entender esses eventos do AT como eventos históricos-redentivos: Muitos dos eventos que a Bíblia chama de “sinais e maravilhas” são miraculosos, redentivo-históricos – de Deus. No Antigo testamento, os eventos relacionados ao êxodo se destacam (E

A normalização do milagre – uma breve perspectiva sobre o pansobrenaturalismo (1ª e 2ª parte)

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A normalização do milagre – uma breve perspectiva sobre o pansobrenaturalismo (1ª parte) Rev. Ricardo Rios Melo Há algum tempo, venho pensando sobre um tipo de pentecostalismo que não é tão incomum. Conversando com alguns crentes, você se sente um totalmente ímpio. Explico: você conversa com eles e eles tiveram várias experiências sobrenaturais na vida. Eles relatam Deus falando com eles, profecias concretizadas, sentimentos oriundos de Deus. Quem estiver perto deles sentir-se-á completamente frio na fé. Eles dizem ser guiados por Deus para qualquer tarefa por mais corriqueira que seja. Ouvem Deus falando ao coração de maneira audível. Perceba, eles não ouvem a voz de Deus como qualquer crente, eles OUVEM a voz de Deus falando hoje, especificamente com eles, e conversam com Deus.  As experiências são fantásticas! Curas impossíveis, empregos impossíveis, dinheiro impossível, bens extraordinários, curas diárias. Vire à direita! Dobre a esquerda! Siga em frente! Qualquer que se

Os “desigrejados” dentro da igreja - É o hábito que faz o crente ou crente que faz o hábito?

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Os “desigrejados” dentro da igreja - É o hábito que faz o crente ou crente que faz o hábito? Rev. Ricardo Rios Melo É perceptível a fraqueza espiritual que vivemos em nossas igrejas. Uma religiosidade “socialite” ou para usarmos a palavra da moda, “cristianismo caviar”.  Parece que muita gente se conforma com o simples fato de uma religião de adesão e de contrastes: “sou crente, não sou católico”, “sou crente não sou...”   Quando somos definidos pelo antagônico, perdemos a tão almejada identidade, pois quem nos garante que o outro permanece estático? Como tomar por referência o outro se o outro não sabe quem ele é? Na era chamada líquida, por Zygmunt Bauman, os conceitos são voláteis. A não solidez é permanente; e a única imobilidade é a própria mobilidade. Como propor posição em contraposição? O século passado, o século XX, foi denominado, por Eric Hobsbawm, como a era dos extremos. Em sua análise, a história do século XX pode ser vista por períodos de catástrofes que