Maioridade ou maior dignidade?
Creio que uma coisa não exclui a outra. A discussão da maioridade penal no país vem maquiar e camuflar problemas reais da sociedade que já não agüenta mais tanta hipocrisia. Talvez seja bom responsabilizar um jovem de 16 anos que não pode sofrer a pena de gente grande, mas pode matar gente grande e pequena. Talvez não seja bom, pois estaríamos apenas combatendo o resultado do problema e não a causa. Ou quem sabe poderíamos fazer as duas coisas? Sinceramente, não sei dizer se diminuir a idade penal irá adiantar alguma coisa, mas, certamente, para os pais de João Hélio, o menino que foi arrastado por quarteirões no Rio de Janeiro, essa medida poderá, ao menos, dar uma sensação de justiça em um país marcado pela impunidade.
Creio que uma coisa não exclui a outra. A discussão da maioridade penal no país vem maquiar e camuflar problemas reais da sociedade que já não agüenta mais tanta hipocrisia. Talvez seja bom responsabilizar um jovem de 16 anos que não pode sofrer a pena de gente grande, mas pode matar gente grande e pequena. Talvez não seja bom, pois estaríamos apenas combatendo o resultado do problema e não a causa. Ou quem sabe poderíamos fazer as duas coisas? Sinceramente, não sei dizer se diminuir a idade penal irá adiantar alguma coisa, mas, certamente, para os pais de João Hélio, o menino que foi arrastado por quarteirões no Rio de Janeiro, essa medida poderá, ao menos, dar uma sensação de justiça em um país marcado pela impunidade.
Enquanto o Senado discute a maioridade, o povo sofre a maior violência. Dia a dia, as pessoas têm sido violentadas em todas as esferas e, principalmente, em sua dignidade. Será que se tivéssemos empregos, bons salários, saúde de qualidade, boa alimentação e principalmente educação, estaríamos discutindo o que fazer com os jovens infratores? Os sociólogos diriam que sim, mas a Bíblia diz que, de dentro do homem, procede todo mau desígnio (Mc 7.21). Contudo, é claro que saber que o homem sem Deus é governado pelos seus instintos e pela maldade que habita em seu ser não exime os governos de darem ao povo uma vida digna. Não esperemos o paraíso aqui e agora! Não obstante, temos que reivindicar os direitos que são garantidos pela nossa Constituição.
Discutir maioridade é importante sim. Mas, o que devemos fazer é discutir a moralidade de nossa época. Em um país em que a população não acredita em seus governantes, pois a classe política, fazendo sempre as devidas exceções, é uma das propulsoras da impunidade e do dinheiro fácil sem escrúpulos, como reivindicar retidão e justiça? Deus acusa o povo em Oséias (Os 4.9) de ser igual aos sacerdotes, ou seja, o exemplo começa de cima!
Um dos adolescentes envolvidos no caso de João Hélio, segundo relatos da imprensa, era de família boa e com recursos necessários para dar-lhe uma boa educação. Entretanto, nada disso adiantou, pois o menino que até igreja evangélica freqüentava, não titubeou em participar de assaltos e desse crime cruel.
Ah, queridos! Talvez não tenhamos condições de resgatar a sociedade em geral, pois sabemos que só Deus pode fazer isso, mas, no mínimo, podemos pedir maior dignidade. Podemos apelar para aqueles que ainda possuem em seu íntimo a semente da moralidade que Deus colocou no coração do homem (Rm 2.14) por dias mais belos e noites mais seguras. Podemos, no mínimo, pedir aos governantes que deixem nossos filhos crescerem sem nos preocuparmos com balas perdidas e com as sinaleiras e a tão comum violência que invade nossas casas e devassa nossas vidas! É claro que todas as coisas estão debaixo do controle soberano de Deus e, por isso, a primeira medida é orarmos a Ele. Entretanto, não há maioridade ou menoridade que possa acalentar o coração de um pai que tem que juntar os pedaços de seu filho para enterrá-lo. Juntamente com João Hélio, certamente, aqueles jovens assassinos mataram os pais daquele menino! E o pior disso tudo é que ninguém pode se sentir seguro. Ontem foi João Hélio, hoje poderá ser qualquer um de nós!
Oremos para que Deus nos proteja desse mundo violento, onde o homem mal constantemente maquina contra os Seus filhos e contra todos os homens. “Livra-me, SENHOR, do homem perverso, guarda-me do homem violento” (Sl 140.1).
Rev. Ricardo Rios Melo.
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