Epitáfio


Epitáfio

A palavra epitáfio, segundo o Dicionário Aurélio, significa [Do gr. epitáphion, pelo lat. epitaphiu.] S. m. 1. Inscrição tumular. 2. P. ext. Lápide ou tabuleta com epitáfio (1). 3. Elogio fúnebre. 4. Espécie de poesia satírica (em geral uma quadra) feita sobre um vivo como se tratasse de um morto.

A palavra epitáfio também é uma música do grupo de rock Titãs. Esse nome quer nos levar a refletir sobre uma pessoa que está no final de sua vida ou, mais apropriadamente, a uma inscrição em uma lápide de quem já morreu.

Parece-nos que o autor queria demonstrar a fragilidade da vida e o arrependimento em não ter feito algumas coisas: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer... Queria ter aceitado as pessoas como elas são. Cada um sabe alegria e a dor que traz no coração...”

Mais à frente, ele mostra o arrependimento de ter feito algumas coisas: “Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr. Devia ter me importado menos, com problemas pequenos, ter morrido de amor...”

Após ter mostrado os acertos e erros da vida, o compositor mostra que deveria ter errado mais e arriscado mais, entretanto ele credita seu destino ao acaso:

“O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...”

A música encontra um deus curioso, o deus acaso. Esse deus protegerá o compositor enquanto ele andar distraído. A palavra acaso, novamente recorrendo ao Aurélio, significa o “conjunto de causas imprevisíveis e independentes entre si, que não se prendem a um encadeamento lógico ou racional, e que determinam um acontecimento qualquer”. Portanto, o autor creditou toda sua vida ao acaso; aos eventos fortuitos e imprevisíveis; eventos irracionais e sem lógica. Ele acaba demonstrando em sua música que sua própria vida não foi governada por ele nem por ninguém racional. Foi “sorte e azar”.

O lamento que ele faz ao dizer que deveria ter trabalhado menos, amado mais etc. não foi culpa dele, pois quando ele anda distraído ele é conduzido pelo imprevisível, o deus acaso.

Por outro lado, poderíamos interpretar, com algum esforço, no seguinte sentido: quando o sujeito da música não está distraído, ele é quem governa seu destino. Bom, é bem forçado, mas poderíamos entender com bastante imaginação que ele olha para traz e percebe que deveria ter prestado mais atenção ao que ele achava importante, para que seu epitáfio fosse diferente.

A melodia dessa música é bastante envolvente e, por conta disso, muitas vezes não nos damos conta de que, quando a cantamos, estamos afirmando, no mínimo, duas coisas: 1. um destino irracional é que conduz a vida das pessoas, o nome dele é: acaso; ou 2. o homem governa seu próprio destino e deve ter cuidado para não deixar o acaso guiá-lo, apesar de que esse deus acaso, segundo o compositor, sempre o protege quando anda distraído.

Percebamos que tudo que nos cerca imprime informação. Não é sem motivo que o marketing pega pesado na televisão, outdoors e na mídia de modo geral. Todo o conhecimento passa por pressuposições.

As pessoas conversam sobre o fim da vida e dizem: “eu não me arrependo do que fiz, mas sim, do que não fiz”. Se o deus acaso governa essas pessoas, tudo bem, elas poderão continuar debaixo dos eventos fortuitos. Contudo, os cristãos sabem que quem governa a nossa vida é Deus: “Visto que os seus dias estão contados, contigo está o número dos seus meses; tu ao homem puseste limites além dos quais não passará” (Jó 14:5).

“E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados” (Mateus 10:30).

“O SENHOR está no seu santo templo; nos céus tem o SENHOR seu trono; os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens” (Salmos 11:4).

“Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo” (Salmos 103:19).

Deus é soberano. Portanto, governa tudo e todos. O acaso não poderá proteger ninguém do dia do juízo. As frases que as pessoas deveriam proferir são estas: “Disse eu: compadece-te de mim, SENHOR; sara a minha alma, porque pequei contra ti” Salmos 41:4

“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões” (Salmos 51:1).

Querido, sem arrependimento, ninguém entrará na presença do Rei. Se arrependa dos seus pecados e viva para a gloria de Deus, para que no seu epitáfio esteja a seguinte canção:

“As tuas mãos dirigem meu destino.
Ó Deus de amor, que sempre seja assim!
Teus são os meus poderes, minha vida;
Em tudo, eterno Pai, dispõe de mim.
Meus dias sejam curtos ou compridos,
Passados em tristezas ou prazer,
Em sombra ou luz, de acordo com teu plano
É tudo bom se vem do teu querer.

As tuas mãos dirigem meu destino,
Por mim cravadas na sangrenta cruz!
Por meus pecados foram transpassadas,
Bem posso nelas descansar, Jesus!
Nos céus, erguidas, sempre intercedendo,
As santas mãos não pedirão em vão;
Ao seu cuidado, em plena confiança,
Entrego a minha eterna salvação!

As tuas mãos dirigem meu destino,
Acasos para mim não haverá!
O grande Pai vigia o meu caminho,
E sem motivo não me afligirá!
Encontro em Seu poder constante apoio,
Forte é Seu braço, insone o Seu amor;
Por fim entrando na cidade eterna,

Eu louvarei meu Guia e Salvador.”

Que o Deus soberano o sustenha!

Rev. Ricardo Rios Melo

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