Quem era Charlie Kirk, e o que ele tem a ver com você?

 Quem era Charlie Kirk, e o que ele tem a ver com você? 


Charlie Kirk era considerado um ativista político de direita. Desde muito jovem mostrou sua inteligência e uma habilidade inigualável para os debates. Com apenas 18 anos, fundou o grupo Turning Point. O seu objetivo era promover debates pelas universidades do EUA, principalmente as liberais. Hoje o grupo está presente em mais de 850 faculdades. [1]

Segundo a BBC, “em 2020, escreveu um best-seller, A Doutrina Maga, uma referência à campanha "Make America Great" de Trump.” [2] Com apenas 31 anos, pai de dois filhos, casado com Erika Kirk de 36 anos, foi  nesse dia 10 de setembro assassinado friamente na frente de centenas de pessoas que participavam do seu habitual Turning Point.

A cena de sua morte foi replicada na mídia social milhares de vezes. Um suposto ativista, Tyler Robinson, de apenas 22 anos, que em sua casa foi encontrado propagandas antifascistas e elementos da “cultura woke”, é o suspeito do crime. Ele foi entregue pelo seu próprio pai, Matt Robinson. Matt reconheceu seu filho nas imagens expostas pela FBI. Em menos de 33 horas, ele estava preso. 

Dois jovens. Duas tragédias. Qual o motivo levaria um jovem que, segundo os noticiários, seria promissor, matar friamente outro jovem? Qual era perigo ou ameaça real que Charlie Kirk  infringira ao Tyler Robinson? Segundo os pais e as mídias, ele nutria um ódio por Kirk. 

Tyler só conhecia Kirk por intermédio dos podcasts e dos debates promovidos por Charlie. Qual discurso era tão ameaçador à integridade de Robinson que o fez treinar, planejar e destruir uma família? 

Qual era a mensagem dele? Charlie Kirk pregava a bíblia, os valores cristãos, patriotismo. Era defensor da possibilidade do cidadão americano possuir armas de fogo para defender-se, era à favor da propriedade privada, da família cristã como padrão, da liberdade de expressão absoluta, do respeito ao próximo e muitos outros valores considerados conservadores. 

Por causa dos seus valores inegociáveis, ele foi morto. Foi odiado por supostamente um antifacista, que praticou o facismo contra quem não concordava. Ele foi morto por pensar, falar e, mesmo respeitando as ideias do próximo, ele foi morto por discordar de uma cultura perversa que tem dominado diversas faculdades e universidades espalhadas pelo mundo. 

Fico imaginando a cabeça de um pai que se esforça para o filho estudar nas melhores faculdades e fica feliz quando ele passa. De repente, esse filho volta com suas ideias todas transformadas. A família que o criou, conservadora no sentido de valores básicos, agora virou sua inimiga. Uma mãe que lutou para criar um filho com todo amor, agora é transformada em obstáculo. 

Em pouco tempo de exposição à doutrinação, o jovem sai com a nítida certeza que a culpa de seus fracassos e de suas frustrações é justamente a família que o criou e os valores ocidentais. O patriarcado judaico-cristão leva a culpa da violência mundial, da pobreza e de um ódio globalizado.

Com a pouca idade e o cérebro ainda em formação, esses jovens sentem-se fortalecidos pelo grupo. Nessa fase de idade, é natural que eles comecem a buscar sua identidade. Na faculdade ou até na escola, seus colegas pensam como alguns professores.  A ideia de pertencimento e aceitação do grupo é importante para esses jovens. Em pouco tempo eles jogarão boa parte de suas convicções espirituais, morais e de sentido da vida fora. Seus valores serão substituídos por uma crença pregada insistentemente pelos seus mestres e novos “amigos”. 

Sobre alguns desses professores militantes, fica o questionamento do ensaista e pensador socialista George Orwell:


"Sobre o socialista teórico, treinado nos livros, pode-se dizer, porém, que, mesmo não sendo ele próprio um operário, pelo menos é motivado pelo amor à classe operária. Está se esforçando para abandonar seu status de burguês e lutar ao lado do proletariado — é óbvio que deve ser esse o seu motivo. Mas será mesmo? Às vezes olho para um socialista — aquele tipo intelectual que escreve panfletos, com seu pulôver, cabelo desalinhado e suas citações de Marx — e fico me perguntando que raio de motivo ele realmente tem. É difícil acreditar que seja o amor por qualquer um, menos ainda pela classe operária, da qual ele está mais distanciado do que qualquer pessoa. O motivo subjacente de muitos socialistas, creio, é simplesmente um senso de ordem hipertrofiado. O atual estado de coisas os ofende, não porque causa miséria e infelicidade, e menos ainda porque torna a liberdade impossível, mas porque é desorganizado; o que eles desejam, basicamente, é reduzir o mundo a algo semelhante a um tabuleiro de xadrez." [3]


Orwell pretende fazer uma crítica de dentro. Em suas obras, ele mostra as incoerências do movimento socialista que descambou para ditaduras em alguns países. Nesse trecho, ele critica os socialistas teóricos. Não estão dispostos a viverem como proletariado, mas pregam o marxismo como salvação de uma classe que eles mesmos não vivem. 

Assim, muitos pregadores da ideologia socialista nos centros de educação vivem. Eles querem transformar seus alunos em soldados ideológicos. Mas, como muitos generais, enviam os soldados para morrer no fronte, enquanto eles mesmos não têm coragem de pisar no campo de batalha.

Pregam que o indivíduo só é importante se pertencer e defender a causa do grupo. Não entenderam e nem querem entender o que Ayn Rand disse: 

"A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer defensores das minorias.” [4]

Se um indivíduo só é respeitado se concordar com a maioria, isso significa que ele não é um indivíduo, e que não pode pensar diferente. 

A biógrafa de Voltaire produziu uma fala que até hoje é creditada a ele, Evelyn Beatrice Hall diz:

 “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” [5]

O coletivo precisa das partes. Um todo sem as partes não forma um todo. Quando eu cedo ao coletivo me anulando, o coletivo deixa de ser coletivo. Em plena era da internet “livre”, estamos sendo escravizados por minorias infelizes e ditadoras. 

Os relativistas não aceitam outra ideia que não sejam as suas. É uma ditadura do relativismo. Você pode aceitar tudo, desde que tudo seja o que eles aprovaram. Quando eu sou obrigado a seguir ideias que são contrárias às minhas crenças e aos meus valores para fazer parte do politicamente aceito, eu não tenho mais liberdade. Isso é uma seita. 

A quantidade de pessoas que comemoraram a morte de Kirk é assustadora. Em prol de uma crença, eles desumanizaram Charlie. Como Victor Frankel diria, “coisificaram” um jovem de 31 anos por conta de suas ideologias. Uma pessoa minimamente civilizada apenas discordaria dele e nem o seguiria nas redes ou nos debates. Mas, alguém alimentado diariamente por uma falsa crença, a qual prega que a fala de uma pessoa pode destruir tudo o que sinto e penso, vai seguir o que a seita determina quando diz que essa pessoa precisa morrer.

Será que o medo da verdade faria alguém matar? Bom, o cristianismo tem vários relatos de mártires. Pessoas que morreram por conta da verdade. A verdade para quem não quer vivê-la é dolorosa. A verdade não tem compromisso com o que as pessoas sentem ou imaginam, ela é objetiva, clara e fulminante. 

Sem levantar uma arma, apesar de defender a posse, Kirk foi certeiro. Atingiu um grupo frágil, covarde, e ditatorial. Ele morreu por sua coerência, gentileza, amor aos jovens, pois queria libertá-los dos velhos sabugos embolorados que não têm  nenhuma empatia pelas pessoas que eles dizem defender. 

O que esses “mestres” do caos e da mediocridade querem é arruinar com a juventude e o futuro de outras pessoas, pois suas vidas secas, amarguradas e incongruentes precisam de uma sádica vingança: acabar com os filhos dos miseráveis burgueses aos quais eles também pertencem. É melhor destruir os filhos dos outros. 

Robinson não tem desculpas, ele fez o que quis fazer, independentemente das manipulações que sofreu. Os seus mestres algozes não estão expostos e nem irão para o fronte. Caso ele vá para fila da morte, será um jovem recruta desses pedagogos do caos. 

Poderíamos abordar uma questão importante, a dissonância cognitiva. Leon Festinger desenvolveu sua teoria em 1950. Grosso modo, a dissonância se daria quando uma crença ou sentimento de um indivíduo se digladia com a realidade. A realidade é tão devastadora para as crenças do sujeito, que ele prefere objetar, negar e até atacar.

Vejam queridos, qual o problema desse trágico assassinato. Todos os problemas possíveis. É uma violência política? Talvez. Mas o que nos chama atenção é que os valores cristãos estão sendo demonizados. Não é mais uma violência política. É uma violência religiosa. Qualquer um que levantar a voz para defender o cristianismo será um inimigo a ser abatido por um jovem ou qualquer um manipulado por essa ideologia satânica.  

Dia 10 de setembro de 2025 foi Charlie Kirk, amanhã poderá ser qualquer um cristão que apenas pregar o evangelho. Muitos espirituais dizem que política não tem relação com o cristão. Verdade? Será? Quem não gosta de política será governado por quem gosta.

O que não podemos fazer é sermos partidários. Contudo, o cristão é um cidadão que precisa votar e ver seus valores respaldos e promovidos pela lei. Não é a sociedade que promove as leis? 

Acabou a era que um crente poderia se esconder na sociedade. Você foi exposto. Charlie morreu. O próximo pode ser você ou eu. Nossa luta não é contra a carne e o sangue: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Efésios 6:12 (ARA)

Quem ainda não entendeu que a batalha não é política, mas sim, espiritual está dormindo perto do abismo. Dizer a verdade nessa época significa risco de morte. Mas, importa obedecer a Deus: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.” Atos 5:29 (ARA).

Concluindo, não conheci o crente Charlie, mas não posso me eximir diante de flagrante perseguição religiosa. O nosso irmão morreu por falar a verdade. Ele fez o que outros crentes do passado fizeram. Eu termino esse texto com a frase de sua viúva:

"Se antes a missão do meu marido era tão poderosa, eles não têm ideia do que acabaram de desencadear em todo este país", afirmou. “O choro desta viúva ressoará em todo o mundo como um grito de guerra. Para todos que nos ouvem nesta noite nos Estados Unidos: o movimento que meu marido construiu não morrerá" [6]

 

Charlie está nos braços do Pai. Robinson foi entregue pelo próprio pai.  Kirk está consolado. Robinson está atormentado e, se não se arrepender, estará eternamente atormentado. O choro dos entes e amigos de Kirk serão transformados em risos de júbilo, mas se Robinson não se converter, seus minutos de ódio e fama serão a gasolina do seu eterno inferno.

Deus nos abençoe!

Rev. Ricardo Rios Melo


Referências 


[1]  Conforme reportagem da BBC de 10 de setembro e atualizada em 11 de setembro de 2025. https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp8wk54nx0go - acesso em 13/09/25 

[2] https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp8wk54nx0go - acesso em 13/09/25 

[3] Orwell, George. O caminho para Wigan Pier (Portuguese Edition) (p. 230). Companhia das Letras. Edição do Kindle. 

[4] https://www.pensador.com/frase/MTgxMzkwOA/ - acesso 13/09/25

[5] https://www.pensador.com/frase/MTIyMA/ - acesso em 13/09/25 

[6] https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/viuva-de-charlie-kirk-se-pronuncia-pela-primeira-vez-apos-atentado/ - acesso em 13/09/25. Abençoe! 









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