Seja
Ambicioso – uma mensagem de início do
ano 2015
Queridos, tivemos um ano de vitórias,
derrotas, alegrias, choros, ganhos, perdas, ou seja, nenhuma novidade debaixo
do sol. Individualmente, obtivemos ou alcançamos metas, deixamos de alcançar
outras, fomos persistentes e desistentes.
Todo ano é a mesma coisa: adeus ano velho,
feliz ano novo! Expectativas renovadas e sonhos são refeitos ou esperados.
Prometemos coisas que dificilmente cumpriremos: correr, fazer ginástica e, como
cristãos, que seremos mais zelosos.
Essas promessas fazem parte de um “estado de
espírito” que se apodera de nós. É contagiante as luzes, a alegria, os próprios
fogos. O réveillon, que significa: ano
bom, ou novo ano, é uma festa de origem pagã. Segundo a enciclopédia aberta, a
Wikipédia:
O ano-novo do calendário gregoriano começa em 1 de janeiro (Dia
do Ano Novo), assim como era no calendário romano. Existem inúmeros calendários que permanecem em uso
em certas regiões do planeta e que calculam a data do ano-novo de forma
diferente. A comemoração ocidental tem origem num decreto do imperador romano Júlio César, que fixou o 1 de janeiro como
o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam
esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro deriva do nome de Jano,
que tinha duas faces (bifronte) - uma voltada para frente (visualizando o
futuro) e a outra para trás (visualizando o passado). O povo romano era politeísta, ou seja, adorava
vários deuses diferentes, e não existe nenhum relato de que o povo judeu que
viveu nessa mesma época tenha comemorado o ano novo, tampouco os primeiros cristãos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ano-Novo).
O calendário ocidental foi implantado, da
maneira que nós temos hoje, pelo “imperador
Júlio César (100-44 a.C.)” que “ introduziu, em 46 a.C., o ano de 365 dias,
baseado em um modelo utilizado pelos egípcios, sem alterar os nomes dos meses”
(http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-a-origem-dos-nomes-dos-meses).
Cada mês do ano tem um nome
relacionado a uma divindade ou festividade romana, entretanto, julho e agosto
tem uma história diferente: “Os primeiros seis haviam sido nomeados em
homenagem a deuses e festividades romanas e os seguintes, de acordo com sua
ordem numérica - mas julho e agosto foram posteriormente rebatizados em
homenagem a Júlio César e seu sucessor, César Augusto (63 a.C.-14 d.C.)” (http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-a-origem-dos-nomes-dos-meses).
Portanto, janeiro, o mês tão
esperado por todos é uma homenagem a Jano: deus das portas. Um dos mais antigos
deuses romanos:
“Jano dos mais antigos deuses do panteão romano, filho de Creusa e Apolo. É
representado por caras opostas, uma olha para frente e outra olha para trás,
como se examinasse as questões por todos os seus aspectos. Orador eloquente, a
ponto de frequentar o foro, é o deus das portas, dos começos e dos finais” (http://online.seuhistory.com/deuses/panteao/romano/jano.html).
Perceba, que apesar de salutar a reflexão do
ano que passou e a uma projeção e projeto para o ano vindouro, essa forma de
abordar o réveillon, mesmo que inconscientemente, é oriunda de Jano, que tinha
uma cara voltada para frente e outra para trás.
Não há nada de mal no fato de olharmos para o
ano que passou e ponderarmos nossos feitos, defeitos, refeitos. Não há nada de
terrível em usar a mitologia como alegoria ou como ela é de fato: mitológica. No
entanto, existem pessoas que, muitas vezes sem perceber, são místicas: celebram
o ano de maneira mágica, fantasiosa, religiosa. Essa expectativa se aproxima,
de certo modo, do pensamento mágico da criança. Há certa proteção psíquica,
pois aguardar que os “deuses” trarão bons presentes e que a vida ruim será
transformada de um dia para o outro, em uma vida feliz e menos angustiante, é
uma esperança, no mínimo, ingênua e própria da criança.
A pessoa adulta que passou por experiências e
que deveria aprender com elas, deve ter notado, ao longo do tempo, que um ano é
apenas mais um ano. Não existe nenhuma mudança radical que não seja provocada
por circunstancias alheias ao nosso controle ou pelas intempéries da vida.
Essas mudanças nunca são bem-vindas para nós.
As
mudanças mais significativas e positivas nas passagens de ano têm mais a ver
com os propósitos que estabelecemos para ele. Tem a ver com nossas ambições na
vida. A palavra ambição, invariavelmente em nossa sociedade, tem o sentido
negativo e egoístico. Ambição, para muita gente, tem o significado de egoísmo,
de passar por cima de todos para obter lucro ou posição almejada, contudo, a
ambição nem sempre é negativa. Ela também tem o sentido de uma vontade intensa que
move o sujeito para alcançar seus objetivos. Tem sentido de perseguir seus sonhos
e transformá-los em ideais de vida.
Dave Hare escreve um livro, editado pela
FIEL, sobre o resgate da ambição verdadeira e para glória de Deus. A ideia de
uma ambição humilde, pois é serva da vontade e dos objetivos corretos, focados
em Deus e na Sua glória.
O economista e palestrante famoso, Carlos
Hilsdorf, escreve um artigo onde ele defende a ambição com ética. O artigo
propõe resgatar o sentido adequado da ambição e separa a ambição com ética da
ganancia. Ele crê que a rejeição à ambição provém da confusão que as pessoas
fazem da etimologia das palavras:
Pessoas ambiciosas buscam se superar continuamente
– e isso é bom – desde que suas metas sejam éticas. Devemos lembrar que o
processo de inovação é essencialmente realizado por profissionais ambiciosos
que buscam incessantemente o novo. Confundir ambição com ganância é a causa de muitas pessoas matarem suas
reais possibilidades diante das oportunidades e desafios da vida em seus
aspectos pessoais e profissionais. A ambição associada à
ética é saudável. Porém, um ambicioso sem ética se torna facilmente
um ganancioso. Pessoas que se valem de quaisquer recursos para obter o que
desejam, doa a quem doer e custe o que custar, não são ambiciosas, são
gananciosas. Para compreender que ambição e ética são perfeitamente
compatíveis, basta deixar clara a diferença entre ambição e ganância e as
repercussões de cada uma delas. Derivada do latim, a expressão que deu origem à
palavra ambição tratava da ação de cercar por todos os lados as possibilidades
de alcançar elevada condição, um forte desejo de alcançar um objetivo” (Fonte: Ambição e Ética | Portal Carreira & Sucesso )
Portanto, seguindo a ideia mitológica,
mudando o que deve ser mudado: trocando a ideia mágica pela ideia simbólica,
devemos planejar esse ano vindouro com a realidade adulta de que a verdadeira
mudança vem de dentro de cada um de nós. É a forma que enxergamos e que
encaramos o mundo que nos cerca e o futuro que se aproxima que faz diferença no
dia-a-dia. Jesus disse que os olhos são janelas da alma. É claro que Ele falava
acerca da salvação e da gritante rejeição de uma geração má e não receptiva a
mensagem do Messias, pedindo sinais, sem enxergarem que a Luz do mundo estava
diante deles: “São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons,
todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em
trevas”. Lc 11:34 .
Faça
um proposito em sua vida: tenha ambições corretas em varias áreas de sua vida:
1.
Espiritual:
não entenda que existem duas vidas: uma espiritual e outra secular, pois todos
que estão em Cristo são espirituais, vivem no Espírito (Rm 8.9), portanto crie
metas de ser mais diligente com a palavra, oração, assiduidade nos trabalhos da
igreja, santificação em todas as áreas da vida, leitura da palavra e de livros
que te enriqueçam, comunhão com os irmãos e fraternidade, trabalho da igreja
local se dispondo a fazer e não só encontrar as coisas prontas, crescimento
visível na vida cristã: pare para pensar no passado e veja sua evolução na
vitória contra os pecados. Estabeleça metas possíveis, bíblicas e SEMPRE
contando com o Espirito Santo. Pregue a palavra. Evangelize. Não seja omisso.
2. Trabalho: verifique
em sua vida se o seu trabalho condiz com que você sempre almejou ao longo dos
anos. O que você conquistou? Qual foi seu crescimento? Há como crescer ainda?
Você é feliz com o que faz? Se sente realizado? Muitas vezes a falta de
sentimento de realização no trabalho tem a ver com a ganância e não com a
ambição. Quando seu foco é dinheiro, sucesso a todo custo, poder irrestrito, o
vazio será algo inevitável. Não existe nada pior do que uma vida sem ambição
correta. Ambição viável é requisito básico para qualquer pessoa que queira sair
da estagnação. Pessoas sem ambição são pessoas que, apesar de muitas vezes não
saberem e não se aperceberem, são conduzidas pelas circunstancias e pelas
pseudo-oportunidades, pois quando temos uma só opção para seguir, ela não é
uma oportunidade, mas será A
OPORTUNIDADE. Não há escolha quando deixamos que as pessoas e os eventos
conduzam nossa vida. Tenha ambição no sentido positivo da palavra.
3.
Nos relacionamentos: reate o que foi cortado. Vitória na
vida sem ter com quem comemorar, é derrota! É como um corredor de fórmula 1 que
estoura uma champanhe sozinho e diz consigo mesmo: eu sou campeão! Que infelicidade
é alguém não ter com quem dividir suas vitórias. Aliás, vitória sozinho pode
ser um indício de que sua ambição, na verdade, era ganância. Vitória sem Deus é
derrota, pois você pode ganhar o mundo todo e perder sua alma (Mt 16.24).
Vitória sem família, amigos, significa que sua queda também será solitária.
Muitas pessoas só descobrem o valor disso quando perdem tudo. Deixe de dar
comida a um leão de criação e descubra se realmente ele é seu amigo. Ter amigos
cercado de ouro é o mesmo que nadar em mar de tubarão de barriga cheia, uma
hora a fome volta. Portanto, a verdadeira amizade e relacionamentos devem ser
cultivados. Não existe amizade sem interesse; mas amizades interesseiras, não
são amizades. Busque relacionamentos verdadeiros e de interesses compartilhados
e saudáveis: “Melhor é serem dois
do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai,
porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão;
mas um só como se aquentará? Se alguém
quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras
não se rebenta com facilidade”. Ec 4. 9-12.
4.
Casamento e filhos: renove seus laços com seu cônjuge.
Olhe para o passado com olhar de misericórdia e veja as grandes lutas que
enfrentaram. Cultive o amor mútuo, pois por mais defeituoso, pecador que seja
seu cônjuge, vocês se uniram em torno de uma aliança que fizeram com Deus e
movidos por um sentimento que, se for regado, voltará a brotar. Muitas pessoas
pensam que é mais fácil abandonar o que está pronto do que renovar o que ficou
embotado pelo tempo. Entretanto, quando você dá um polimento em um tesouro,
você descobrirá que o brilho sempre estava lá! Faça projetos alcançáveis para
seu casamento e família. Além do mais, por mais pecador que seja seu cônjuge,
lembre-se que você é o maior pecador que você conhece. Além de Deus, ninguém te
conhece tanto como você mesmo. Seu cônjuge tem que ter muita paciência e misericórdia
com voc também.
5.
Filhos: Crie-os na admoestação do Senhor. Dê limites a
eles, amor, carinho, cuidado, e ensine as Sagradas Letras. Crie filhos
saudáveis: não passe suas frustações ou projeções para eles (difícil, não é?).
Tente criá-los por princípios e sirva de modelo, pois as pessoas,
principalmente as crianças, copiam mais modelos do que necessariamente seguem
instruções. Nossos filhos são dádiva do Senhor, portanto, cuide deles com
carinho e zelo, pois somos apenas mordomos deles, ou seja, antes de serem
nossos filhos, eles são do Senhor. Antes de serem embalados pelos nossos braços,
eles foram idealizados pelo Senhor e criados pelo nosso mui bondoso Pai. Por
incrível que pareça, ELE cuida e os ama mais do que nós. Nós precisamos
entender os filhos como herança do Senhor e, assim como o Senhor nos deixa
herança, nós também devemos deixar: “O homem de
bem deixa herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é
depositada para o justo”. Pv
13:22. Em uma
sociedade sem Deus, nossos velhos são entregues à sorte, mas, aqueles que criam
seus filhos nos ensinos do Senhor, entendem que os filhos são a certeza que a
nossa velhice será amparada: “Coroa dos velhos são
os filhos dos filhos; e a glória dos filhos são os pais”. Pv 17:6. Devemos entender filhos como bênção! Se você pensa que seus filhos são
uma maldição para você, você está em pecado.
Veja como o Senhor os enxerga: “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da
mocidade.
Feliz o homem que enche deles a sua aljava; não será
envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta”. Sl 127. 3-5.
6.
Conselhos saudáveis e práticos: Diga às pessoas que você
as ama, o tempo passa tão rápido, como esse ano que passou. Não perca tempo:
fale que ama, gosta, e que essas pessoas são importantes para vocês. Como
adultos maduros sabemos que as pessoas que estão hoje conosco podem se ausentar
brevemente pela morte ou outra circunstâncias. Evite as brigas desnecessárias.
Seja sincero, mas não mal educado. Sincero em amor. Diga com precisão o que
quer dizer, mas com o tempero do amor: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto”. Pv 27:5 .
“Pague sempre o mal com o bem: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o
bem”. Rm 12:21 . Evite conflitos e
brigas desnecessárias: Não torneis a
ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com
todos os homens”; Rm 12: 17,18.
Seja
ambicioso querido! Jano não poderá te ajudar, mas o nosso Senhor Jesus poderá
te fazer uma nova criatura e lhe trazer um novo olhar sobre a vida presente e a
vida futura. Termino com as palavras de Paulo: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o
que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja
isso o que ocupe o vosso pensamento”. Fp 4:8
Feliz
ano bom! Feliz ano novo!
Rev.
Ricardo Rios Melo
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