Os miseráveis


Os miseráveis

Esse título já foi usado por Victor Hugo em sua obra: Os Miseráveis. O livro conta a história de um homem chamado Jean Valjean que é condenado a passar dez anos preso nas galés por ter roubado comida para se alimentar. Valjean perde a crença nas pessoas, pois sofre o preconceito por sua condição de prisioneiro em condicional. Depois de um tempo, Valjean é acolhido por um bispo chamado: Bienvenu. Apesar de ser bem recebido pelo bispo, ele mostra sua ingratidão ao roubar objetos de valor. A polícia encontra Valjean com o produto do furto e identificam os pertences do bispo Bienvenu. Então foi levado pela policia para enfrentar uma acareação com o bispo. A surpresa fica por conta da reação do religioso, ao ser inquirido pelo policial sobre se a prataria era dele. Bienvenu diz que deu para Valjean tudo e que ele tinha esquecido os castiçais. O livro é muito bem escrito e instigante.

O que eu gostaria de comparar nesse arrazoado é sobre a ideia de miséria no sentido natural do homem. A ideia de miseráveis na Bíblia está ligada ao fato de existir pessoas que estão debaixo da ira (Rm 1.18; Jo 3.16) de Deus. Elas carecem de misericórdia, pois todas pecaram (Rm 3.9).

A salvação em Cristo está intimamente ligada ao reconhecimento de nossa miserabilidade. Se nós não entendermos nossa condição de pecadores e de humanos limitados, jamais poderemos sequer falar da graça de Deus.  

O homem sem Cristo está morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1-3). A graça de Deus inaugura uma nova fase em nossa vida, pois Ela garante que estaremos junto com Deus por causa de sua rica misericórdia: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,  estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),  e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus,  para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus.  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus;  não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2.4-10).

Mudado o que deve ser mudado, temos que entender que Deus fez de maneira efetiva o que Victor Hugo faz no livro: concede a ladrões o perdão e ainda os presenteia. Essa era nossa situação. Eu e você, ladrões como Valjean. Deus nos concede o perdão e ainda nos dá o plus de estarmos em sua presença apesar de nossos pecados.

Os Miseráveis mostra que Valjean se redimiu quando se revelou em um tribunal para assumir sua culpa a fim de salvar outra pessoa inocente que estava sendo acusada. Nós devemos estar diante da presença de Deus com cuias nas mãos suplicando graça e misericórdia.

Valjean recebeu o perdão do monge e muito mais coisas. Contudo o mais precioso é receber a vitória em Cristo. Vitória sobre o pecado e morte. Os Valjeans de hoje são todos os que reconhecem que precisam  de misericórdia para passarem de miseráveis para filhos amados. O reconhecimento de nossa miserabilidade é condição para recebermos a graça de Deus, pois aqueles que se consideram saudáveis e bons não precisam de Jesus, pois os sãos não precisam de remédio (Mt 9.12).

Condição sem a qual ninguém verá a Deus é reconhecer que somos ladrões da glória de Deus, pois constantemente estamos vivendo para nós mesmos e para o nossos pecados; é reconhecer que somos miseráveis, ou seja, carentes de misericórdia.

Será que você entende sua miserabilidade? Compreende que não existe nenhum ser humano que não careça da obra de Cristo? Se você reconhecer sua carência, Deus lhe conferirá graça e mais graça. Ele demonstrará compaixão e amor, pois Cristo, quando ainda éramos fracos, morreu por nós! (Rm 5.6).

 Entenda que, ao reconhecer nossa miserabilidade e falta, passaremos de ladrões para filhos: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai!” (Rm 8. 15)

Deus nos abençoe!

Rev. Ricardo Rios Melo


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