ELE É A NOSSA RESSURREIÇÃO II – uma breve reflexão sobre a Páscoa


“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem” (I Co 1.20).

Nesse período de Páscoa, muitas pessoas se lembraram de ovos de chocolates, santos milagreiros (das causas urgentes), comer peixes e fazer penitências – outros se lembraram da fraternidade e mensagens de esperança e paz. Mas, qual será o verdadeiro sentido da Páscoa? Será que é apenas uma tradição judaica que passou para o Cristianismo? Será que a Páscoa é apenas uma festa para reunir a família numa grande ceia? Claro que não! Em nenhum desses sentidos dados é refletido o verdadeiro ensino da Páscoa.

A Páscoa, sem dúvidas, tem o seu fundamento na instituição do Antigo Testamento. Era a “Festa em que os israelitas comemoram a libertação dos seus antepassados da escravidão no Egito (Êx 12.1-20). Cai no dia 14 de NISÃ (mais ou menos 1 de abril). Em hebraico o nome dessa festa é Pessach. A FESTA DOS PÃES ASMOS era um prolongamento da Páscoa (Dt 16.1-8).”[1] Nesse ritual era oferecido um cordeiro sem defeito para ser imolado e depois servir de alimento para as famílias – o seu sangue deveria ser passado pelas ombreiras e pelas vergas das portas, porque naquele dia o anjo do Senhor passaria e feriria os primogênitos do Egito. Mas, as casas que estivessem com o sangue seriam poupadas.

Você deve estar se perguntando o que tem a ver isso com a “nossa Páscoa”? Tem tudo a ver! Pois o cordeiro puro, o sangue, os pães asmos eram símbolos do Cordeiro Pascal que é Cristo (Jo 1.36). A Páscoa não significa somente um momento histórico distante da nossa realidade. Ela simboliza o cancelamento dos nossos pecados através de Cristo. Todo aquele que já recebeu Cristo como Senhor e Salvador de sua vida já está protegido pelo sangue do Cordeiro que foi morto na cruz do calvário. Mas não só isso! A Páscoa simboliza também a vitória de Cristo sobre a morte -, e com Ele também a nossa ressurreição, pois “...sendo ele as primícias dos que dormem”, Ele foi o primeiro dentre muitos daqueles que já o receberam em sua vida, que naquele grande dia ressuscitarão dos mortos, pois quem está em Cristo é nova criatura: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5:24).

Rev. Josafá Vasconcelos, nos ajuda a entender o sentido da Páscoa: “na verdade, a Páscoa quanto festa veterotestamentária, teve seu cumprimento no advento de Cristo. O cordeiro pascal era tipificado na celebração ordenada por Moisés desde a saída do Egito e seu cumprimento foi confirmado pelo apóstolo Paulo em ICor 5:6, quando diz que “Cristo é a nossa páscoa que foi sacrificado…” e quando diz para “celebrarmos a festa” (vs7), Ele quer dizer, participarmos da Santa Ceia, com “os asmos da sinceridade e da pureza” [2]

A santa Ceia, hoje, é a continuação da páscoa, pois ela simboliza o cordeiro pascal que é Cristo e possibilita o participante, que já está em Cristo, ter uma verdadeira comunhão espiritual com Ele. “Antes da sua morte, Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos (Lucas 22.7-20), e naquela ocasião instituiu a Santa Ceia. O pão que era comido com o cordeiro na páscoa foi consagrado para um novo uso pelo Senhor, e o vinho foi usado como segundo elemento na ceia. Desta forma percebemos que a Páscoa foi substituída pela Ceia. Jesus colocou fim na celebração da páscoa naqueles moldes e instituiu a Santa Ceia que é celebrada por nós até hoje. Naquele momento, Jesus estava dizendo que se entregaria em nosso lugar, e derramaria o seu sangue por nós. E assim como o sangue de um cordeiro livrou os primogênitos da morte e as famílias da escravidão no Egito, assim também o sangue de Cristo nos libertaria do pecado. Os sacrifícios pascais, oferecidos há séculos, tinham significado simbólico e apontavam para Cristo que haveria de ser apresentado em nosso lugar em sacrifício. Paulo disse que Jesus Cristo é o nosso cordeiro pascal (1 Coríntios 5.7) que morreu por nós, mas ao terceiro dia ressuscitou e vive à direita de Deus Pai, intercedendo por nós, de onde haverá de vir para julgar o mundo com justiça”.[3]

A verdadeira Páscoa significa a morte e, principalmente, a vitória de Cristo, pois a Sua ressurreição é a nossa garantia de vitória sobre a morte. Nós que já morremos com Ele (morremos para o mundo), ressuscitaremos com Ele. Entretanto, não podemos nos esquecer que já estamos unidos com Ele, e sendo assim, devemos aguardar em santidade e novidade de vida o dia da grande colheita, onde o Agricultor colherá para Si os frutos, nós!

Que Deus nos abençoe e nos faça proclamar a verdadeira Páscoa para esse mundo perdido em suas crendices!
Rev. Ricardo Rios Melo


[1] Dicionário da Bíblia Almeida in: Bíblia On-line 3.0.
[2] http://www.iphr.org.br/2008/09/por-que-nao-comemoramos-a-pascoa/
[3] Rev. Paulo Ribeiro Fontes, http://www.ebenezer.org.br/Download/Boletim/bo070408.pdf

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